Organizado no âmbito do Programa de Formação em ATER para Assentamentos de Reforma Agrária e contribuições para a Agenda 2030 (Profor-Ext), o evento reuniu cerca de 300 participantes. A equipe ERA/UnB também esteve presente

Espaço de troca e aprendizado para o fortalecimento da agricultura familiar em assentamentos de reforma agrária. Este foi o objetivo do 1º Encontro de Intercâmbio e Nivelamento Conceitual-Metodológico das Experiências de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do ProforExt, realizado entre os dias 23 e 26 de setembro, no município de Luís Correia, Piauí. Organizado no âmbito do Programa de Formação em ATER para Assentamentos de Reforma Agrária e contribuições para a Agenda 2030 (Profor-Ext), o evento reuniu cerca de 300 participantes, entre docentes, alunos, recém-formados e jovens assentados da reforma agrária. A equipe ERA/UnB também esteve presente.

O Profor-Ext, lançado em 2023 e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pela Universidade Federal de Goiás (UFG), conta com a participação de 16 instituições de ensino superior. O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento rural sustentável em assentamentos da reforma agrária, alinhando-se às metas da Agenda 2030 da ONU. Através da capacitação de jovens lideranças de comunidades quilombolas, indígenas e outros povos do campo, o Profor-Ext busca fomentar a autonomia e o fortalecimento dessas comunidades, promovendo práticas agroecológicas e socialmente inclusivas.

Durante o encontro em Luís Correia, foram apresentadas as ações já realizadas nos territórios atendidos pelo projeto, criando uma plataforma de diálogo entre universidades, institutos federais e comunidades rurais. A diversidade dos participantes – que incluía jovens bolsistas de assentamentos, alunos de graduação e professores – enriqueceu as discussões sobre as melhores práticas de ATER, proporcionando uma rica troca de saberes e experiências.

As atividades foram marcadas por oficinas, palestras e rodas de conversa, nas quais foram abordados temas centrais para o desenvolvimento sustentável no campo, como a implementação de tecnologias sociais, a preservação ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar. Esses debates foram especialmente importantes para os jovens participantes, que representam o futuro das áreas de assentamentos de reforma agrária e desempenham um papel fundamental na continuidade e inovação das práticas agrícolas sustentáveis.

Com essa iniciativa, o Profor-Ext não só promove a troca de conhecimento entre a academia e as comunidades do campo, como também fortalece o papel da agricultura familiar no combate às desigualdades e na construção de um futuro mais sustentável e inclusivo.

Até o momento, o Profor-Ext tem alcançado números expressivos:

  • 85 Assentamentos;
  • Aproximadamente 6000 famílias;
  • 16 Instituições de Ensino;
  • 11 Unidades da Federação;
  • 49 docentes;
  • 16 recém formados;
  • 64 estagiários;
  • 160 Agentes Locais de Formação.

Graciella Corcioli, coordenadora do Profor-Ext, enfatizou a abrangência do programa: “Ele já nasceu grande. Estamos presentes em cinco regiões do Brasil, em 11 estados e mais de 80 assentamentos.”

A ministra em exercício do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda Machiavel, também deu destaque à juventude rural, afirmando durante o encontro: “Estamos fortalecendo a juventude rural dos assentamentos da reforma agrária, que estarão na linha de frente, liderando a produção e o acesso a mercados.”

Regilane Fernandes, coordenadora do DATER/SAF/MDA, ressaltou a importância do envolvimento das universidades nessa construção, destacando o papel da Ater na formação dos Agentes Locais de Formação (ALF) e as iniciativas do MDA para fortalecer a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater).

Rejane Tavares da Silva, secretária de Agricultura Familiar do Piauí, reforçou a relevância do encontro: “Estamos vivendo um momento crucial, de mudança no paradigma da ATER no Brasil, a partir de uma construção conjunta.”

O professor Josenildo Souza, da UFDPar, complementou: “É através da terra, neste momento, que estamos promovendo o intercâmbio de conhecimentos, inovações e apoio técnico para as comunidades rurais.”

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